terça-feira, junho 07, 2005



Quien sabe, previene.
Quien sabe menos, trata y cura.
Quien no sabe, corta y saca.
E. Lloyd , DuBrul 1991.

Pesquisadores comprovam que mamadeiras e chupetas provocam o desmame precoce. Na dúvida, o peito é sempre o melhor

Daniela Guima
da equipe do Correio Braziliense, 28/10/01

São dez os passos para garantir o sucesso do aleitamento materno. O nono é explícito: ''não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio''. O aviso é divulgado há mais de duas décadas. Mesmo assim, o uso desses produtos é bastante comum e chega a ser visto, por alguns, como sinônimo de saúde. Mas não é. ''Mamadeiras e chupetas são responsáveis pelo desmame precoce dos bebês. Isso é perigoso em qualquer idade, mas, especialmente, até os 6 meses de vida'', adverte a coordenadora do Programa de Aleitamento do Ministério da Saúde, Ana Goretti Maranhão.

O Ministério da Saúde divulgou, este mês, o resultado da primeira pesquisa sobre a incidência de crianças que usam mamadeiras e chupetas no Brasil.
Na Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno, técnicos investigaram 48.845 crianças em 26 capitais do país. O Distrito Federal foi a unidade da federeção com menor uso de mamadeiras - 48,5% - e ficou em nono lugar entre as capitais que menos usam chupetas - com 47,4%. A média brasileira do uso de mamadeiras é de 62,8%, enquanto que de chupetas é de 52,9%. ''É um número bastante alto'', avalia Goretti.

A preocupação justifica-se. O epidemiologista e perito em nutrição da Organização Mundial de Saúde (OMS) César Victora dirigiu uma pesquisa na Universidade Federal de Pelotas (RS) e comprovou o perigo das mamadeiras.


''Ao substituir o aleitamento materno por outros alimentos em mamadeiras, os bebês correm 14 vezes mais risco de morrer do que os que são amamentados''
Isso porque eles deixam de receber a defesa natural do leite materno e ficam mais expostos às bactérias que se acumulam na mamadeira (confira os principais problemas no quadro). As chupetas também são arriscadas. Que o diga a professora de Educação Física de 31 anos Senilda da Silva. No dia nove de agosto deste ano, ela teve seu primeiro filho num parto prematuro de oito meses. Pedro Henrique nasceu com 2,060 quilos e logo pegou chupeta e tomou leite materno em uma chuquinha (mamadeira pequena).

Resultado: nove dias depois de ter nascido, Pedro Henrique não havia engordado (ao contrário, estava com 50 gramas a menos), passou a mamar errado, perdeu peso e rachou o bico de um dos seios da mãe. A coordenadora do Banco de Leite do Hospital Regional de Taguatinga, Sônia Salviano, recebeu o caso e deu um ultimato à mãe: ''Escolha entre dar chupeta ou dar o peito''. Mesmo com dores quase insuportáveis, Senilda tirou a chupeta do filho e continuou a amamentá-lo até que ele reaprendesse a sugar corretamente. ''Ainda bem que pude corrigir o erro a tempo.'' Hoje, Pedro está com 3 meses, mama sempre e pesa 4,5 quilos. ''Vale ressaltar que o uso de chupetas e mamadeiras não é culpa exclusiva dos pais'', explica Ana Goretti. Segundo ela, muitos profissionais de saúde mal-informados prescrevem o uso de mamadeiras e chupetas diante de qualquer dificuldade. ''Infelizmente, muitas mães preferem usar mamadeiras do que dar o peito. Não sabem o mal que fazem'', diz Goretti. A médica diz que um dos grandes erros é dar chupeta para acalmar os bebês. ''O que acalma a criança são os cuidados e o carinho com que as mães os tratam.''

Abaixo as chupetas

As mamães que não amamentam, mas recebem doações de leite humano, devem estar se perguntando como alimentar os bebês. Os especialistas garantem: é perfeitamente possível dar leite a essas crianças com colheres e copinhos. As mães que tiverem dúvidas podem buscar apoio em um dos nove bancos de leite da cidade.

A amamentação não traz benefícios somente para a saúde das crianças. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) mostra que quanto mais os pequenos são amamentados exclusivamente com leite materno, menores são as chances deles usarem chupetas durante a infância. O estudo é resultado da tese de mestrado da coordenadora do curso de especialização em Odontologia da USP, Cristina Zardetto. Segundo ela, ficaram longe da chupeta cerca de 80% das 61 crianças de 3 a 5 anos analisadas que consumiram apenas o leite da mãe até o primeiro mês de vida. Isso significa que elas saciaram a vontade natural de sucção apenas com a amamentação. ''Com isso, ficaram livres de problemas de mastigação, deglutição, fala e até respiração, comum em crianças que usam chupetas'', diz a pesquisadora. Outra conclusão importante do estudo é que as chupetas anatômicas - mais adaptáveis ao formato da boca - não são tão inofensivas como muitos pais pensam. O mesmo percentual de crianças que usaram o produto convencional e anatômico - 50% do total de ambos - tiveram alteração no espaço entre os dentes de cima e o de baixo. A alteração acabou causando dificuldades de fala e mastigação.

Normas de comercialização

Para regulamentar o uso de chupetas e mamadeiras no Brasil, existe a Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes (NBCAL).

Esse código é um dos mais rigorosos do mundo e sua nova versão deve ser publicada como portaria do Ministério da Saúde dentro de um mês. Sua antiga edição - de 1998 - trazia artigos de difícil compreensão e pouco práticos.

Por esse motivo, todos as entidades interessadas na elaboração do documento (governo, organizações ligadas à amamentação e indústrias de produtos para lactentes) reuniram-se durante todo o ano de 2000 para discutir e reelaborar cada um dos pontos da norma. ''Foi um grande sucesso, pois tivemos um consenso. A norma existe para proteger o direito da criança, mas ela precisava dessa modificação para que pudesse ser melhor cumprida e vigiada'', explica Ana Goretti, coordenadora do Programa de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde.

O PERIGO DAS MAMADEIRAS

São facilmente contaminadas por bactérias, por serem difíceis de lavar. Especialmente na área entre o bico e a garrafa, em que essas duas partes são atarrachadas. Em bebês de até 6 meses, o uso de mamadeiras com água, chá ou suco pode causar enormes danos à saúde. Esses alimentos substituem o leite materno e fazem com que a criança deixe de receber todas as defesas naturais passadas de mãe para filho durante a amamentação.

DAS CHUPETAS

Assim como as mamadeiras, as chupetas são um perigoso foco de infecção pelo acúmulo de bactérias. Também podem levar a diarréia, desidratação e morte nos bebês. Pode causar a chamada Confusão de Mamilo. O termo técnico trata da dificuldade que a criança tem de mamar quando usa chupeta. Com isso, o bebê desaprende a mamar causando três problemas:

1) ao mamar errado, o bebê machuca o seio da mãe e forma rachaduras nos bicos;

2) a mãe passa a produzir menos leite;

3) o bebê mama menos, perde peso e fica mais fraco. Alteram os arcos dentais e a musculatura facial da criança.

Prof. Marcus Renato de Carvalho, IBCLC
www.aleitamento.med.br

Mastigação Unilateral


Para que possamos fazer um correto tratamento em ortopedia funcional dos maxilares, é de fundamental importância sabermos o lado que preferencialmente o paciente mastiga, isto porque de acordo com as leis planas de desenvolvimento, com o aparecimento da mastigação unilateral teremos alterações no desenvolvimento da face, como assimetrias (alterando a correta mastigação), mordida cruzada (no lado da mastigação viciosa), fonação e respiração além de ter um aumento da placa bacteriana no lado oposto à mastigação como conseqüência adensamento da doença periodontal, em decorrência da mastigação unilateral, como um maior acumulo de tártaro e grande perda óssea no lado oposto a mastigação( LARATO, 1970).
Para que possamos ter um correto desenvolvimento da mandíbula e maxila devemos ter uma mastigação bilateral alternada, multidirecional, para o correto estímulo das estruturas de suporte, estabilidade da oclusão e higiene dos dentes RAMFJORD E ASH (1987) (livre de interferências oclusais, com o maior número de contatos dentários durante os ciclos mastigatórios).
Também se deve compreender que um dos motivos de recidivas de casos tratados com ortopedia ou mesmo ortodontia ocorre devido à falta de mastigação bilateral (SIMÕES, 1998).

Eixo corporal

Os fisioterapeutas enxergam um corpo sem boca, e os dentistas vêem uma boca sem um corpo.
MARIANO ROCABADO
Fisioterpeuta

Como sabemos a mandíbula tem grande influência no posicionamento do eixo corporal, devemos estar cientes que qualquer alteração do plano oclusal, além de alterar a equação de equilíbrio de Thilemamm, teremos uma possível adaptação na postura corporal.